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sábado, 18 de setembro de 2010

Culto ao sofrimento

No Brasil há muitas músicas evangélicas que fazem grande sucesso, não só entre os evangélicos, mas também entre pessoas que professam outra fé. Isso se deve em grande parte pelo caráter das músicas, que buscam muitas vezes levantar a auto-estima de quem as ouve. Esse apelo ao emocional muitas vezes, porém, não é sinônimo de uma música que realmente condiz com a mensagem cristã. Um exemplo disso é a música “Apocalipse”, de autoria de Agailton Silva, que é interpretada pela cantora Damares. Essa música teve grande aceitação no meio evangélico e fez grande sucesso no Brasil, mas ao analisarmos a letra da música, percebemos que a mesma está longe de ser uma música cristã. Ao contrário de uma mensagem de amor onde se cultua a Deus, a música possui uma mensagem de sofrimento onde se exalta a dor das pessoas que, segundo a fé de muitos cristãos, ficaram na terra na “grande tribulação”. Simplificando, a mensagem da música é a seguinte: “Eu sou salvo e vou para o Céu, e quando eu estiver gozando de alegria, vocês pecadores vão sofrer nas mãos de Deus.” O povo de Deus aparece feliz, não por estar no Céu, mas pela situação dos que ficarem (ou seja, feliz por “estar na melhor”), e pior, Deus surge como vingativo e sem misericórdia. A música é sádica. Mas “Apocalipse” não é um exemplo isolado, a música “Sabor de Mel” (também de autoria de Agailton Silva e interpretada por Damares), é igualmente anticristã, a mensagem é basicamente essa: “Eu estava na pior e você não me ajudou, agora a situação se inverteu, e vou me vingar, jogar na sua cara a minha vitória.”

Provavelmente se essas mesmas músicas fossem cantadas em ritmo de rock elas seriam condenadas, mas como não são, são simplesmente aceitas. Por outro lado, muitas músicas, verdadeiramente cristãs, pelo fato de serem cantadas em ritmo de rock, são totalmente condenadas, muito embora as letras dessas músicas estejam em concordância Palavra de Deus. Isso por puro preconceito, pelo pensamento que “o rock é do diabo.” O que importa é a mensagem, e a mensagem não está no ritmo, mas na letra.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Preconceito

Já faz algum tempo que escutei uma declaração do jogador, do Flamengo, Petkovic, que me chamou a atenção. Segundo ele, o Brasil é um país maravilhoso, onde as pessoas não são preconceituosas. Eu pergunto: será que isso é verdade? Será que o mesmo país que Petkovic se referiu é o que nós vivemos?

Isso me faz lembrar uma história me contaram e aconteceu há algum tempo. A história é a seguinte: Um homem negro passou perto de duas mulheres, e uma delas comentou que o homem era “muito moreno”, a outra logo a advertiu dizendo que ela poderia ser presa; a que disse isso logo foi refutada com a seguinte frase: “Não, eu não chamei ele de negro, eu chamei de moreno.”

Eu discordo de Petkovic.

Venda de Voto

De 1937 à 1945 o Brasil viveu uns dos períodos mais tristes de sua história, foi o período ditatorial; ou seja, foi um período onde as pessoas viviam sobre repressão, onde não podiam falar, não podiam criticar, não podiam expor sua maneira de pensar sobre determinados assuntos, ou pelo menos não deviam. Digo pelo menos não deviam, porque muitos lutaram contra essa opressão; artistas, intelectuais, estudantes, políticos, trabalhadores, homens e mulheres, brasileiros, como eu e você. Lutaram pelo direito de falar, de criticar, de expor opiniões, lutaram pelo direito ao voto, pela democracia que temos hoje, eles lutaram pela liberdade; e por lutarem por tais direitos, muitos artistas, intelectuais, estudantes, políticos, trabalhadores, homens e mulheres, muitos brasileiros, foram expulsos de seu próprio país, muitos arrancados de suas casas, presos e barbaramente, e covardemente, torturados e mortos; muitos filhos, crianças, como seu filho, sobrinho, irmãozinho ou alguma criança que você conhece, foram abrigados a ver seus pais sendo torturados; muitas famílias perderam entes queridos e não tiveram, sequer, o direito de enterrá-los, de saber seu paradeiro, muitas pessoas sofrem até hoje pela perde de um filho, de uma esposa, de um irmão, de um amigo que desapareceu naquele período.

E é graças a essas pessoas que eu tenho a liberdade de escrever esse texto, é graças a essas pessoas que temos o direito de escolher, votar e eleger um presidente, por exemplo, é graças à luta dessas pessoas que temos pleno direito de exercer nossa cidadania. Infelizmente muitos vendem seu voto, em troca dinheiro, cimento, cestas básicas ou tijolos. Se você costuma fazer isso, eu quero ti dizer que você não é melhor que um político corrupto, um ladrão ou um assassino, pois quando você vende seu voto, você rouba o direito de um futuro melhor para esse país, e ao mesmo mato milhares pessoas, pois se pessoas morrem de fome, de frio, de bala perdida, ou se perdem nas drogas, a culpa é nossa, que votamos errado, que não cobramos de nossos lideres políticos o que eles propuseram, a culpa é sua, que se vendeu como uma prostituta se vende (aliás, é pior, pois o corpo é dela e só diz respeito a ela, mas o voto diz respeito a todo país), por interesses egoístas, sem pensar nas pessoas que morrem todo dia no Brasil. E se você vende seu voto e ainda se diz cristão, eu quero dizer que você é um hipócrita e um mentiroso, pode até mentir para o próximo, mas se lembre que antes engana à si mesmo; pode ir ao culto e a missa, com o terço na mão e a Bíblia debaixo do braço, mas não enganará à Deus, que não vende entrada para o Céu, como você vende seu voto.

Antes de vender seu voto pense nas vidas que se perderam para que nós pudéssemos votar, respeite a memória dos que morreram e o sofrimento dos que perderam um ente querido ou um amigo, pense no Brasil. Pense nisso, vote consciente.



Mídia e consumo

Vivemos numa sociedade capitalista onde busca-se o lucro e se valoriza os bens materiais. Neste contexto a mídia possui papel fundamental, haja vista que é ela, em suas várias formas, que faz a divulgação, a propaganda dos bens de consumo; muitas vezes, para não dizer a maioria delas, passando uma imagem do produto que não condiz com a realidade, dando-lhe um valor excessivo, como se tal produto fosse indispensável à vida do consumidor.

Desse modo, a mídia, não apenas faz a propaganda de produtos, mas faz, antes de qualquer coisa, propaganda do espírito capitalista, perpetuando o pensamento de que o que vale são os bens materiais que se possui, e não a ética, a moral e o caráter. Não é a toa que a nossa sociedade é mesquinha e superficial, e isso se deve em grande parte à alienação causada pela mídia.

“O dinheiro é a essência alienada do trabalho e da existência do homem; a essência domina-o e ele adora-a.” Karl Marx

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Voto Consciente

Neste ano de 2010 o Brasil se volta, principalmente, para a disputa à presidência da República, onde nós, cidadãos brasileiros, exerceremos nossa cidadania escolhendo e elegendo o(a) novo(a) presidente do Brasil. Isso requer, de cada um de nós, cuidado. É preciso ter consciência ao escolher um candidato para votar; isso significa que temos que estudar os candidatos, sua história de vida, sua trajetória política, suas realizações, e claro, suas propostas de governo, para as diversas áreas, como segurança, saúde, economia, moradia e, principalmente, educação.

Pensando assim, não dá para esperar que numa propaganda política, ou num comício, possa-se fazer uma analise profunda do candidato; não só porque o tempo não permite, mas também porque na propagando e/ou no comício, o político, na maioria das vezes, busca persuadir, convencer o eleitor para conseguir seu voto através da emoção. Seu discurso não visa esclarecer o eleitor, seu discurso visa, na maioria das vezes, emocionar o eleitor. É ai que está o perigo. Um exemplo. Não podemos conhecer e entender a Bíblia profundamente, num culto ou em uma missa, já que não há tempo e a pregação do padre ou do pastor, geralmente, não é voltada para isso. Se quisermos entender a Bíblia com profundidade, temos que fazer pesquisas, leituras; temos que estudá-la. Do mesmo modo deve ser na escolha de um candidato a algum cargo político, temos a obrigação de estudar seu partido político, isto é, sua ideologia, suas propostas, sua a história e trajetória política; isso se chama Filosofia.Pense nisso.



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