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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Nos interessa?

No dia 29 de Abril (amanhã) será realizado o casamento do príncipe William, filho da princesa Diana, com Kate Middleton. Assim, a mídia, de maneira geral, tem falado muito desse evento, havendo, inclusive, emissoras que irão transmiti-lo ao vivo, como a Globo e a Record News aqui do Brasil.

Contudo, temos que fazer uma pergunta. Esse casamento é importante, no que tange nossa realidade? Ou seja, em que sentido esse evento da nobreza britânica nos interessa, como cidadãos brasileiros? Se pensarmos um pouco chegaremos a conclusão de que essa união matrimonial não tem nenhuma importância para nós, ou seja, “tanto faz como tanto fez”.

Não quero dizer que esse evento não deveria ser noticiado, mas que, o mesmo, não deveria fugir da mera notícia.

Entretanto, o que vemos na Rede Globo, principalmente, é uma divulgação excessiva de um acontecimento sem importância alguma para a sociedade brasileira. O “Jornal Nacional” deveria, em tese, informar e conscientizar as pessoas de questões pertinentes (que são muitas) a nossa realidade, mas ao invés de conscientizar a população, o “JN” aliena as pessoas com noticias fúteis, como a desse casamento. Coloca-se na cabeça das pessoas que o fato de William e Kate Middleton casarem, ou não, é nos interessa.

Esse é mais um exemplo de que a maior parte da mídia, encabeçada pela Globo, não tem comprometimento com a sociedade, isto é, em desenvolver-lhe o mínimo de senso crítico, para a formação de uma nação mais consciente e atenta ao que realmente nos interessa, pois enquanto muitos se deixam enganar pelo “Jornal Nacional”, acreditando que o casamento do príncipe tem alguma importância ou que o fato de que “Ronaldinho” jogar ou não domingo, nos interessa de alguma forma, os políticos continuam nos roubando, muitas pessoas continuam na fome e na miséria, e muitas continuam mergulhando no mundo do crime e das drogas.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

"Dez estratégias de manipulação midiática"

O linguista estadunidense Noam Chomsky elaborou a lista das “Dez estratégias de manipulação” através da mídia:

1. Estratégia da distração. O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de se interessar pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranquilas”).” [Leia mais]

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O “bom fanatismo”

O ser humano é um ser que age, e suas ações são movidas por interesses e necessidades várias, desde as mais básicas, como se alimentar, até as que podemos chamar de dispensáveis, como estudar para passar no vestibular. Entretanto, o homem é também um ser sentimental, ama, se apaixona, tem ciúmes e tem afinidades, logo, os atos humanos são impulsionados também pelo seu emocional. Todos nós somos assim. Contudo, quando nossas paixões excedem os limites do bom senso, ou seja, quando passamos a querer impor nossa maneira de ver o mundo as outras pessoas e não aceitamos os outros pontos de vistas, seja na religião, na política ou no esporte, nos tornamos cegos pelas nossas crenças. Nos tornamos fanáticos.
Obviamente quando alguém age de maneira intolerante e irracional ela e seu ponto de vista perdem em grande parte sua credibilidade. Mesmo assim, muitas vezes aceita-se o fanatismo e até chega-se a vê-lo como uma coisa boa. Se um pastor quebrar uma imagem católica, ele será, certamente, duramente criticado, e com razão, pois esse ato é totalmente condenável. Mas se um torcedor de algum clube de futebol agredir verbalmente árbitro ou um jogador de futebol, ele está sendo fanático? Com certeza. Ele será criticado por ser fanático? Provavelmente não. Por que o fanatismo do torcedor é aceitável e o do líder religioso não?. Já ouvi muitos comentaristas de futebol dizer o seguinte de torcedores vândalos e assassinos: “Isso não são torcedores, são criminosos!” Agora eu pergunto, pessoas que batem, ofendem e matam por um clube não são torcedores? Se não são, o pastor que chutou a imagem não é pastor, também, o político que rouba não é político, o padre que alicia não é padre, e assim por diante. Isso não faz sentido. Pensar assim é hipocrisia.
Quando um comentarista ou apresentador de algum programa esportivo diz que “Isso não são torcedores, são criminosos!”, revela-se qual é o seu verdadeiro comprometimento, isto é, ganhar audiência puxando o saco dos muitos torcedores (fanáticos) desse país. Quando se tem em primeiro lugar o comprometimento com a conveniência para conseguir audiência perdi-se o comprometimento com a honestidade e verdades dos fatos. Aí já não se é mais fanático, mas tendencioso.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Crença e descrença

Vivemos num país contraditório. Isso não é nenhuma novidade, acredito eu, para a maioria das pessoas; se por um lado vivemos num país rico, por outro, essa riqueza é mal distribuída entre a população. Em outras palavras, somos um país capitalista. Mas a contradição não está apenas na violência, miséria, fome, analfabetismo etc, está também nas crenças que, de maneira geral, a sociedade tem.

Vejamos. Já escutei várias vezes muitas pessoas afirmando categoricamente que “todo político é ladrão”. Quando discutimos temas referentes à política, corrupção e honestidade, seja na escola, no trabalho, na rua, na internet, no rádio ou televisão, percebemos uma descrença muito presente no povo com relação ao caráter dos políticos. Temos uma generalização.

Contudo, se por um lado temos uma sociedade quase que totalmente descrente sobre determinados assuntos e/ou classes de pessoas, por outro, as pessoas, no geral, acreditam quase que cegamente em outras coisas e/ou pessoas. Não é difícil ouvir alguém dizendo: “É verdade, passou no Jornal Nacional”. É aí que está, se as pessoas estão sempre “com um pé atrás” com relação à honestidade de um prefeito ou deputado, por exemplo, elas também estão cegadas pela ingênua crença de que o que é mostrado na televisão (especialmente nas grandes emissoras, como Globo e Record) é a “verdade” absoluta e inquestionável.

Temos uma contradição em nossas crenças e descrenças. Por isso as pessoas são, muitas vezes, usadas com “massa de manobra”, não pelos vereadores ou senadores, mas pela televisão, jornal, revista, rádio etc., pois não questionamos sua honestidade.

"A mídia não é apenas a mensagem. A mídia é uma massagem. Estamos constantemente sendo acariciados, manipulados, ajustados, realinhados, e manobrados." (Joey Skaggs )

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