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quinta-feira, 2 de maio de 2013

Sertanejo universitário e a imbecilidade monossilábica


[O texto é longo, mas vale a pena ser lido.] [...] O “idioma da velocidade” [...] pode-se considerar como sendo o sistema de comunicação mediante o qual o interlocutor prioriza a ligeireza da interlocução: o diálogo deve ser rápido, fluido, “líquido”, mesmo que, para tal fim, seja preciso sacrificar regras comezinhas de sintaxe ou abreviar impiedosamente as palavras. A ideia de “idioma da velocidade”, que ora estou a propor, encontrou terreno fecundo na música comercial brasileira. Especificamente,  refiro-me ao gênero que se convencionou chamar de “sertanejo universitário” – atualmente dominante em todas as rádios do País.

O conceito de “sertanejo universitário” é dos mais obscuros do cancioneiro nacional. Trata-se de uma aparente “contradictio in terminis”, afinal, “sertanejo” remete à ideia de “sertão”, área agreste, rústica, visto que distanciada dos grandes centros urbanos. Já “universitário” é adjetivo que se liga incontinenti à “universidade”, isto é, espaços de difusão dos saberes científico e filosófico e que, o mais das vezes, situam-se justamente em áreas de intensa urbanização. Por isso, já houve quem quisesse definir “sertanejo universitário” como sendo o “caipira que passou no vestibular” ou “o cidadão urbano com origens no sertão”. Nenhum desses conceitos, é claro, corresponde à realidade. De “sertanejo” esse universitário não tem absolutamente nada. Cuida-se, sim, da juventude da cidade que decidiu colocar um chapéu de cowboy e “cair na balada”.

Do ponto de vista musical, o sertanejo universitário hoje é um gênero musical utilizado comumente para designar a fórmula da “música dançante feita para gente descerebrada”. É o correspondente hodierno, do século 21, ao que foi a axé music no fim do século 20, mais precisamente na década de 1990: a demonstração cabal de que o físico alemão Albert Einstein estava certo quando afirmou: “Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, quanto ao universo, ainda não estou completamente certo disso”. [Continue lendo... /Blog Criacionismo]


A diversidade sexual chegou aos quadrinhos da Turma da Mônica. A 6ª edição da revista Tina, já nas bancas, mostra ao público o primeiro personagem gay criado pela equipe de Maurício de Souza. Na história, Caio é o melhor amigo de Tina e deixa outros personagens surpresos quando se diz comprometido, apontando um outro rapaz. Tina, criada nos anos 60 e que hoje estuda jornalismo, aproveita e faz um discurso contra o preconceito. Caio, aos poucos, vai ganhar mais espaço nas histórias. Em outras publicações Maurício de Souza já deu outros passos para acabar com o preconceito. Já foram criados personagens deficientes visuais e cadeirantes.



Segundo o blog Universo Mix, "de acordo com a assessoria de Maurício de Sousa, é a primeira vez que o assunto é abordado abertamente nas histórias. Na Turma da Mônica Jovem, no entanto, a personagem Denise utiliza-se de várias gírias adotadas – também – pelos gays. O próprio Maurício afirmou que Denise poderia ter um amigo gay e assimilado o vocabulário dele. Tina é uma personagem que foi criada nos anos de 1960, inicialmente com um visual hippie, e agora é estudante de jornalismo e suas histórias são voltadas para um público mais adolescente".



Nota de Michelson Borges: Além da bruxaria e do sensualismo, Maurício parece disposto a tornar “normais” na mente dos seus leitores outros tipos de comportamento.
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