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sexta-feira, 8 de abril de 2011

O “bom fanatismo”

O ser humano é um ser que age, e suas ações são movidas por interesses e necessidades várias, desde as mais básicas, como se alimentar, até as que podemos chamar de dispensáveis, como estudar para passar no vestibular. Entretanto, o homem é também um ser sentimental, ama, se apaixona, tem ciúmes e tem afinidades, logo, os atos humanos são impulsionados também pelo seu emocional. Todos nós somos assim. Contudo, quando nossas paixões excedem os limites do bom senso, ou seja, quando passamos a querer impor nossa maneira de ver o mundo as outras pessoas e não aceitamos os outros pontos de vistas, seja na religião, na política ou no esporte, nos tornamos cegos pelas nossas crenças. Nos tornamos fanáticos.
Obviamente quando alguém age de maneira intolerante e irracional ela e seu ponto de vista perdem em grande parte sua credibilidade. Mesmo assim, muitas vezes aceita-se o fanatismo e até chega-se a vê-lo como uma coisa boa. Se um pastor quebrar uma imagem católica, ele será, certamente, duramente criticado, e com razão, pois esse ato é totalmente condenável. Mas se um torcedor de algum clube de futebol agredir verbalmente árbitro ou um jogador de futebol, ele está sendo fanático? Com certeza. Ele será criticado por ser fanático? Provavelmente não. Por que o fanatismo do torcedor é aceitável e o do líder religioso não?. Já ouvi muitos comentaristas de futebol dizer o seguinte de torcedores vândalos e assassinos: “Isso não são torcedores, são criminosos!” Agora eu pergunto, pessoas que batem, ofendem e matam por um clube não são torcedores? Se não são, o pastor que chutou a imagem não é pastor, também, o político que rouba não é político, o padre que alicia não é padre, e assim por diante. Isso não faz sentido. Pensar assim é hipocrisia.
Quando um comentarista ou apresentador de algum programa esportivo diz que “Isso não são torcedores, são criminosos!”, revela-se qual é o seu verdadeiro comprometimento, isto é, ganhar audiência puxando o saco dos muitos torcedores (fanáticos) desse país. Quando se tem em primeiro lugar o comprometimento com a conveniência para conseguir audiência perdi-se o comprometimento com a honestidade e verdades dos fatos. Aí já não se é mais fanático, mas tendencioso.

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